terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Revelações

Todos nós reparamos que, muitas vezes julgamos todo o tipo de pessoas, acontecimentos ou qualquer coisa por simples que seja.

Quantas vezes não damos por nós a “descobrir” que aquela ou aquele, afinal é diferente do que pensávamos… como já alguém escreveu: que atire a primeira pedra quem não o fez…

Também alguns de nós sabemos que não devemos fazer julgamentos, nem sermos juízes da vida.

Ultimamente por diversas ocasiões, sinto que vejo algumas figuras conhecidas do grande público, como que estivessem a preparar alguma revelação para mim, como se estivessem para transmitir e acontecer algo… E, passado algum tempo por vezes a revelação surge.

Quando se proporciona, gosto de ver a reportagem “Mudar de Vida” que habitualmente passa à noite na RTP1 da jornalista Rosário Salgueiro, em que ela vivencia vários tipos de profissões… na verdade muito curiosa a coragem e a forma de enfrentar os medos…

Hoje o programa não foi o da Rosário Salgueiro. Desta vez foi o programa 30 minutos, em que a apresentadora é a Rita Marrafa de Carvalho e, foi relativo à vida do português Roberto Leal, que há muito emigrou para o Brasil e que fez as pazes com Portugal. Há muito sentia que este português tinha algo para transmitir, muito para além da imagem e música que todos conhecem.
Escreveu um livro “As minhas Montanhas” e apresentou-o no passado dia 24 de Novembro na Fnac – Colombo. Só hoje tive conhecimento do facto.

Um verdadeiro exemplo de simplicidade, humildade e genuinidade… E coragem para dizer e fazer o que muitos gostariam.

Os meus desejos são, nesta quadra festiva, que todos consigam subir à sua mais alta montanha…

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Maria Flávia de Monsaraz

"Conheci" a MFM pelos textos da Olinda.

Nas pesquisas que fiz, encontrei uma entrevista que lhe foi feita há mais de 5 anos... aproveito para a publicar... no mínimo interessante.


MARIA FLÁVIA MONSARAZ
Criar no mundo um consenso planetário fraterno

Entrevista com Maria Flávia de Monsaraz publicada em Junho de 2006 no site “Anjo Dourado, a propósito da sua intervenção no evento “Fórum – Portugal Oculto”.

Pergunta - Afirmou, no fórum, que Portugal é do signo de Peixes. Referiu-se largamente à conjuntura astrológica que rege o nosso país, nomeadamente, Neptuno e Plutão. É possível ficar a conhecer um pouco melhor esta simbologia e as suas implicações?

Resposta - Neptuno e Plutão, como a Terra, são planetas do Sistema Solar. A grande Lei Cósmica da Correspondência Sistémica ensina-nos que todos os Sistemas do Universo se correspondem, em múltiplas oitavas de vibração, do micro ao Macro-Cosmos. Ou seja, cada um de nós é um micro-sistema, dentro de um Sistema maior, um macro-sistema, que no nosso caso é o Sistema Solar.

Neste sentido é fácil entender que o nosso “projecto evolutivo” está estruturado por correspondência, com o do projecto evolutivo do Sistema a que pertencemos: “o que está em cima é igual ao que está em baixo”, já dizia há muitos séculos Hermes Trimegisto, o “pai” da Alquimia…

Assim, temos dentro de nós a vibração de cada Planeta, bem como a vibração de todas as suas dinâmicas interacções. Somos o micro-Sistema Solar do minuto da nossa primeira respiração.

Esse é o nosso Horóscopo, ou Tema de nascimento. Digamos que o nosso “microcosmos interno”, tem uma estrutura psíquica idêntica à qualidade de cada planeta. Ou seja, isso é igualmente a vibração do nosso ADN, a memória das nossas células.

Os Planetas têm energias próprias, vibrações próprias. Um Planeta não é apenas uma ideia.

Como um Símbolo, também não é apenas uma ideia. Um Símbolo é muito mais: “aponta” uma direcção, que nos liga a uma determinada, e mais “alta”, frequência vibratória.

O Símbolo é unificador e abrangente…

Pergunta - Podemos falar, em astrologia, do conceito de linguagem da Nova Era?

Resposta - A linguagem da Nova Era é uma linguagem que pressupõe o entendimento das Leis que regem o comportamento das energias. A Ciência Esotérica ensina que este entendimento se deve à acção do 7º raio, o raio que actualmente “baixa”sobre o Planeta. Todo o Universo se traduz em jogos de energias, ondas, partículas, inter-acções vibratórias… As ondas mais rápidas, as “altas frequências”manifestam-se como Luz, as mais lentas e pesadas, como forma e matéria… mas voltando a Neptuno: quando falamos deste Planeta, estamos a falar do Planeta com frequência mais rápida. Esse que já vibra na Luz, Neptuno simboliza o amor incondicional, o apelo à Unidade da Vida, de todas as Vidas.

Ele é o regente de Peixes, o signo de Portugal.

Encontra-se no Tema “bem aspectado” ao Sol do nosso País, o que afirma a sua permanente presença nos destinos desta Nação.

Neptuno identifica-se com a nossa “Saudade metafísica”, com aquilo que em nós tende para a Unidade, uma vez que nós nascemos na divisão, é a nossa Humana condição.

Ainda nos encontramos “prisioneiros” de uma “barreira lunar” a ultrapassar e denunciar. A barreira do Ego, a barreira do Medo, que ainda nos mantém separados e Solitários… toda a Saudade é metafísica… ela é a grande nostalgia da “Casa do Pai”…

Daí ela ser tão portuguesa, embora ainda confundida com relações passionais.

Na realidade, toda a Saudade é a dor da Alma… lembrada e esquecida de Deus…

Em Portugal, a presença de Neptuno, gera carência de absoluto, Humana insatisfação…

Mal-estar de não nos sentirmos plenamente identificados, direccionados, realizados, à altura de uma nobre “missão”!

Daí a criação de Mitos. Mitos de Transcendência, de Totalidade, de Serviço e Fidelidade a uma nobre Causa.

Estes Mitos sempre animaram e actualizaram a História e a Identidade deste País.

Mais do que qualquer outra Nação, Portugal sempre precisou de um Mito “poderoso”, para se reconhecer e encontrar.

Sempre que esse Mitose perdeu, deixou de se dimensionar, de saber quem É.

A dolorosa e obscura Crise do Tempo presente é reveladora desta afirmação.

Escreveu André Malraux, quando da guerra civil espanhola: “a verdadeira Condição Humana acontece, quando alguém aceita morrer, por isso em que acredita”…

Hoje, ninguém é capaz de morrer por coisa nenhuma… morrer, como forma simbólica de dizer: entregar-se a uma Causa Maior, de Alma e Coração…

Pergunta - E Plutão?

Resposta - Se Neptuno é a Vida, Plutão é a Morte. O pólo oposto. É a energia que afirma a divisão. A “falha”, a “brecha ”na Ordem, a “Queda”, o que se perdeu da Unidade.

Plutão identifica-se com o Magma, o Fogo do fundo da Terra, o Magma, o remanescente da explosão primordial.

Força irracional, activa o instinto de sobrevivência. Todas as guerras são plutónicas. A ilusória afirmação do Ego “contra” o mundo e os outros, é igualmente accionada por Plutão.

Plutão é a força involutiva que pede regeneração.

Portugal também tem, obviamente, Plutão no seu Horóscopo. Só que, neste caso, Plutão encontra-se Oposto a Neptuno.

Ou seja, os dois Planetas estão frente a frente, criando uma confrontação ao limite. É a tensão da Vida e da morte, da Luz e das Trevas.

Este conflito que sempre se processou através da História. Entre a Alma da Nação portuguesa, e o que poderemos chamar a personalidade do País…

E quais são os efeitos dessa tensão?

É uma tensão que Portugal terá que harmonizar, para assumir o seu lado Luz, uma vez que no seu Tema o apelo de Neptuno é muito forte.

Portugal oscila entre o chamamento místico e dissolvente da sua Alma inspirada, e a insegurança nascida da indefinição de Identidade maior.

Plutão acciona o “vírus” separatista, que lhe traz uma necessidade de auto-afirmação.

Esta oscilação é bem pisciana, uma vez que o Signo de Peixes simboliza a dualidade das Águas…

No entanto, a forte presença de Neptuno faz dele um País que um dia poderá responder a uma missão Universal, Unitária, Fraterna… Quando digo um dia, é no dia em que a tal oposição de Plutão se resolver…

Para que assim seja, o País, quando digo o País, digo todos os Portugueses, que se identificam com a Alma nacional, terão que passar por uma definitiva “conversão”…

Pergunta - Refere-se à missão de que agora tanto se fala? Portugal a cumprir-se…?

Resposta - Essa frase é de Fernando Pessoa… O que eu introduzi no Fórum, e que me parece importantíssimo porque nunca foi dito, quando se fala numa “missão de Portugal”é que as pessoas até hoje só têm falado de Neptuno, ou seja, só se têm pronunciado sobre o lado Idealista, Espiritual, o que Portugal deve Ser!

Não falam do lado prepotente, plutónico, que através da História também criou guerras de território!

A prova disso foi Alcácer Quibir… ou seja, o lado negro do Mito nacional, que não é propriamente a doçura Neptuniana…

Onde eu quero chegar, é que para vermos uma realidade, qualquer que ela seja, temos sempre que enfrentar a dualidade, porque a realidade é dual!

Não estamos ainda na Unidade, embora para lá devemos caminhar. Num mundo perfeito, já não nos encontraríamos nesta dimensão!

Vivemos num Tempo de Luz e de matéria, de Vida e de morte, de dor e de alegria. Vivemos nas polaridades…

Um amigo meu budista, ensinava que o “drama”da Cultura Ocidental é ter perdido com Aristóteles a noção de polaridade.

Quando Hamlet se interroga sobre “o Ser ou não Ser», que os intelectuais identificam esta interrogação como sendo um pensamento profundo. Na realidade, é, do ponto de vista cósmico, um pensamento equívoco.

Porque não é Ser ou não Ser, é Ser e não Ser.

Em nós habita o Ser, o nosso Eu Eterno, a nossa Consciência, tudo o que nós já conquistámos às Trevas.

Mas em nós habita igualmente o não Ser: a Lua, o nosso vazio existencial, as nossas memórias mais sombrias, tudo o que ainda não sabemos de nós…

Temos que perceber e aceitar que somos uma tensão bipolar.

Só quando nos apercebemos disso, que em nós coabitam a dimensão oculta do Ser e do não Ser, é que realizamos o trabalho interior que deve ser feito, os “degraus” que devemos subir, a “ascensão” que nos espera…

… Então começa a Via da Individuação… o passar do não Ser para o Ser, do inconsciente para a Consciência, passar de Plutão para Neptuno…

É o processo evolutivo de todos nós.

As pessoas, muitas vezes, por idealismo místico (misticismo ilusório), ao abordarem a realidade oculta Portuguesa focalizam-se na tal “missão” não percebendo que antes de qualquer missão se poder cumprir, há que denunciar e “trabalhar” o lado “negro”,o lado das Trevas…

Trevas que a todos habitam: medos, culpas, imaturidades, memórias de abandono, inseguranças, dores de separação… porque, se assim não for, não há missão para ninguém…

Pergunta - Está a falar do processo de transformação de Portugal?

Resposta - Exactamente. Há que saber o que é preciso mudar em nós próprios, para que Portugal possa mudar.

Acredito que a Alma portuguesa, é a Alma de todos nós… De todos aqueles que, por razões “misteriosas” do seu destino, aceitam ser portugueses…

Quando se conhece e se “sente” o Tema deste País, não custa acreditar que há um qualquer desígnio providencial, um compromisso oculto que aqui nos fez nascer…

Se aceitarmos o grande desafio de nos pormos em causa, de quer saber quem somos, pagando o preço necessário, aí pomos os pés no chão… Aí não se vai falar apenas dessa missão fantástica que um dia Portugal pode assumir…

A ideia não é “matar mais mouros”…porque aí finalmente percebemos que não se trata de matar mouro nenhum, se quisermos realmente estar em Ordem…e cumprir o propósito Divino…

Para isso há que introduzir a noção de polaridade, a “outra face da moeda”… Por isso acho que foi real e actual o que eu disse no Fórum.

Fernando Pessoa elevou o Mito do quinto Império, anteriormente apresentado pelo padre António Vieira, mas não falou em polaridade, não falou no trabalho necessário sobre a Sombra, sobre aquilo que não é Luz!

Para chegar à Luz, temos que dissipar as Trevas… Esse é o trabalho de Portugal.

É possível afirmar-se, olhando para o Tema da Nação Portuguesa, que ela tem, de facto, o que talvez se possa definir como um apelo de Luz, maior que as outras Nações. Ou seja, tem em Si, um “potencial de consciência”, um Projecto, que, a ser activado um dia, é capaz de levar ao mundo a Luz da sua inspiração.

Ou seja, capaz de ser, em Tempo certo, o elemento unificador e associativo da “dissociação” dos outros países.

A convergência de todas as divergências.

No dia em que acordar para a Verdade da sua “tão velha” Alma…

Essa é a Missão de Portugal. Alertar, pela sua voz Neptuniana, marítima e poética, as outras Nações.

E assim criar, com todos os povos da Terra, um consenso fraterno Planetário, verdadeiramente Crístico e Humanista.

É este o V Império, o Império do Espírito Santo.

Para, como ensina o mestre Djwhal Khul na Grande Invocação, a Luz, o Amor e o Poder, restabeleçam o Plano na Terra.

Pergunta - E quem nasce em Portugal (Pessoa mais uma vez) é, no seu entender, por missão ou por castigo?

Respostas - Podem ser as duas coisas: missão e “castigo”ao mesmo tempo. “Castigo” no sentido de dívida cármica, obviamente.

O que significa que nascer em Portugal obriga a “pagar” o carma que nos é devido, para podermos cumprir o Darma que nos espera…Nós, Portugueses, devíamos “trabalhar” conscientemente o nosso lado mais difícil (numa linguagem astrológica, trabalhar as nossas quadraturas e oposições), para podermos responder ao apelo de união e Fraternidade que o Tema de Portugal nos propõe. Não temos que pensar em Missão como algo para os outros, inatingível.

Missão é passar a palavra certa no momento certo.

É passar a palavra que faz entender as coisas: a palavra que ensina a Ordem do Mundo, a palavra que nos responsabiliza pelo facto de estarmos vivos...

Missão é passar a palavra de Esperança, que nos leva a acreditar, além daquilo que somos, sermos muito mais…

Essa palavra inspirada, que nos diz que o Mundo poder ser melhor, se nós também nos melhorarmos…se aceitarmos seguir a Via ascendente e luminosa do nosso autoconhecimento, rumo à verdadeira Identidade!

Pergunta - Qual é a ajuda que a Astrologia pode trazer?

Resposta - Tudo isto a Astrologia ensina. Tudo isto ela me levou a acreditar. Se eu conhecer o meu Horóscopo, ou Tema natal, eu sei os “Tempos”, as estações, desta minha Viagem sobre a Terra.

A Astrologia dá-me o mapa da estrada: diz-me onde devo parar, onde vou mudar de comboio, onde a Vida me pede que suba àquela montanha…O Tema natal é isso. Apenas o indicativo do processo e das etapas do processo…

Pergunta - Do processo colectivo do País?

Resposta - De todo o Processo Cósmico. A Astrologia é uma linguagem Sagrada.

Perguntaram-me um dia, onde é que eu “metia” Deus neste meu discurso astrológico?

Lembro-me que respondi o seguinte: «A Astrologia é a escrita de Deus.»

Deus, “Aquele de quem nada pode ser dito” (como a Ele se refere Alice Bailey), através da Linguagem Simbólica que é a Astrologia, revela à Humanidade a intenção evolutiva da Sua Criação. Todos lá nos encontramos, rigorosamente.Com os Tempos certos, dentro dessa intenção. É absolutamente fantástico e fascinante!

Estudo há 35anos Astrologia. Costumo dizer que ela nunca me enganou.

Por isso é que hoje, você, veio falar comigo. Por isso é que eu pude falar o que falei no Fórum.

Pergunta - O que é que lhe faltou dizer?

Resposta - O que eu quero sobretudo passar é que a Alma portuguesa nos seus melhores momentos, através da História, sempre foi “animada” por um Mito Maior, que a iluminava e transcendia…

Hoje, os grandes Mitos Unitários fragmentaram-se. Vivemos num Tempo de expectativas dissociadas, à escala dos nossos pequenos ou grandes desejos… Expectativas activadas por mitos “menores”, que nos reduzem a dimensão.

Sufocada por um materialismo estéril, absurdo, e “desalmado”, a Alma portuguesa não tem como despertar do “sono” em que se encontra… Precisa recriar um novo Mito, sem o qual não pode sentir-se Viva.

Um Mito actualizado, capaz de unir-a-Nacionalidade e ao mesmo tempo responder à nova Era que se anuncia.

Ou seja, Portugal precisa de uma referência Universal, capaz de estimular e “suportar” a sua Identificação.

Precisa de um grande apelo de Serviço: Mítico, Místico, Humanista, que lhe “abra” o Coração…

Algo que possa dimensionara sua ainda nebulosa Identidade Pisciana: o Mito da expansão da Grande Fraternidade Branca, nascida da Luz, da Solidariedade e da União de todos os Homens de Boa Vontade...

Se os portugueses souberem despertar, um dia Portugal irá passar, com a sua palavra inspirada pela Luz do Espírito Santo, a Consciência Crística ao Mundo…

Porque, no fundo, o Grande Mito é Crístico.

Foi Cristo que veio trazer à Humanidade a Consciência da Fraternidade possível. Sem a qual permanecemos na divisão, do lado da Sombra, da Solidão, da Separação… É a Via do Amor aos nossos irmãos…

Ensina o Mestre Djwal Khul: “Deus exprime-se a Si próprio, através das correctas relações Humanas”.

Portugal precisa de um novo Mito para se encontrar, para se redefinir, para descobrir a sua verdadeira Identidade.

Mas esse novo Mito só pode ser activado pela fidelidade a um processo interior, que é o “trabalho”de cada português, rumo à Verdade do sentir profundo da sua Alma…

Se nascemos portugueses, é porque de algum modo, mais que qualquer outra pessoa neste mundo, temos que “trabalhar” em nós a tensão da Luz e das Trevas, as ilusões do nosso Neptuno, e as afirmações separatistas do nosso Plutão…

Ou seja, denunciar e transmutar a nossa dualidade psíquica e emocional, até sermos essa palavra portuguesa de Luz e boa-nova...

Pergunta - Quando é que conseguiremos ser essa palavra de Luz?

Resposta - Quando, a nível nacional, se processar uma “conversão” colectiva… Para isso tem que haver muitas “conversões” pessoais”…

Chamo conversões, à progressiva expansão da Consciência de cada um. Ou seja, ao entendimento do que nos é pedido… Se percebermos a urgência que é procurar a Verdade neste momento histórico, e disponibilizarmos a nossa Boa Vontade.

Encontramo-nos “invadidos”pelo Mito do Futebol, que é igualmente um Mito Plutónico e Neptuniano. O Futebol preenche, à escala das massas, o grande vazio de Deus…. uma “inversão” do verdadeiro Mito…

São os pés, não a cabeça, que focalizam a atenção do Coração…

Mas o Signo de Peixes é um signo de Água, um Signo de sentimentos contraditórios, … e as águas são fluidas…

Isto quer dizer, que de repente, pode dar-se uma viragem na atenção e na emotividade das massas… alguma situação imprevisível pode provocar um despertar colectivo…

Muitos portugueses hoje em dia, vivem extrovertidos, esquecidos da sua realidade interior, a Vida da sua Alma…

No entanto, acredito que essa Vida se encontra presente “à flor da sua memória”, se assim se pode dizer. O que significa que ela pode subitamente emergir e revelar-se.

Quem sabe, se as pessoas de Boa Vontade que se encontravam no Fórum, não serão as primeiras a ganhar consciência desta identidade nacional! E quem sabe se muitas delas não irão um dia, ser os arautos da Palavra certa, da Visão inspirada?

Vivemos “mergulhados”no Mistério… acredito nos desígnios de Deus…

Quando as coisas se tornarem mais difíceis, as pessoas irão estar fraternamente ali, e poderão nessa altura “segurar” as massas, que precisam de orientação.

Com o poder do Espírito, e com a Luz do seu Coração e da sua Mente esclarecida.

Porque irá chegar o momento.

O momento em que os portugueses vão querer ouvir.

Mas vão ouvir, só quando tudo estiver muito mal! Prevejo uma crise enorme, embora não saiba dizer mais.

Para que as pessoas possam querer ouvir, alguma coisa vai fazê-las parar, nesta “vertigem” de desorientação…

Já ninguém acredita em nada … A mentalidade colectiva encontra-se alienada no materialismo e na ilusão…

Como tão bem diz Fernando Pessoa:

“nem rei nem Lei, nem Paz nem Guerra,

define com perfil e ser

este fulgor baço da Terra

que é Portugal a entristecer

…………..

Ninguém sabe que coisas quer.

Ninguém conhece que Alma tem.

Nem o que é mal, nem o que é “bem…”

(extractos de um poema da Mensagem)

No Fórum, o André Louro de Almeida disse que a Alma portuguesa se recolheu, é rigorosamente verdade.

Mas acredito que ela não se recolheu completamente.

Ela “vibra”, aqui e ali, na mente e no Coração de todos os Seres que se põem em causa, que procuram a Verdade e estão dispostos a “pagar” o seu preço…

São todos os que já se encontram em processo de autoconhecimento…que já vêem o objectivo a atingir, que começam a perceber para onde vai o Mundo e para onde todos temos que Caminhar.

Pergunta - É uma ideia que alguns não aceitam.

Resposta - É discutível, as pessoas podem não aceitar, mas para mim, ao fim de 35 anos de trabalhar em Astrologia, o processo evolutivo de autoconhecimento é o único Sentido.

Falta acrescentar algo ao que o André afirmou: A Egrégora, ou conjunto de Seres que formam a Alma portuguesa, essa tão “velha e Sábia Alma”, essa Alma com um destino Sacerdotal, como a ela o André se referiu, essa Egrégora, não é formada apenas por Entidades evoluídas…

Entrar em consonância e ressonância com a Egrégora da Alma portuguesa é igualmente o projecto e o Destino de todos os que nasceram em Portugal. Sempre senti que havia algo “velado e misterioso” em ser-se português…

Tão confusos os portugueses, e, por vezes, tão inspirados, tão subjectivos, tão centrados nas suas Águas, nos “dramas” do seu dia-a-dia e, por vezes, tão generosos!

Tão esquecidos e limitados, e, por vezes, tão grandes, tão surpreendentes!

A Alma Portuguesa, não é uma Egrégora elitista, mas sim a Alma iluminada, quando se ilumina, de cada português.

A Alma (como Consciência potencial) de todos os portugueses.

Não é por acaso que se nasce onde se nasce, não é por acaso que se nasce em Portugal.

Quem nasce em Portugal, tem mais facilidade em sentir a vibração fraterna e Crística, que qualquer outra pessoa no mundo.

Vivi seis anos em Paris, viajei bastante pela Europa, e por outros Continentes, deu para entender que não há nenhum País com a sensibilidade e a possível abertura de Coração que têm os portugueses.

Digo possível, porque, infelizmente, não é a realidade dos nossos dias. Como afirma Fernando Pessoa, hoje, “ninguém sabe que coisa quer, ninguém sabe que Alma tem”… Portugal anda desorientado.

No entanto, embora recolhida, a Alma nacional existe em todo o Português…Como prova desta Alma tão sensível, veja a nossa palavra: coitadinho! É uma palavra bem portuguesa! Uma palavra de compaixão! Em mais língua nenhuma há um sufixo assim, que tão bem saiba exprimir a identificação da dor de cada um, com a dor dos outros… Quer coisa mais neptuniana e mais doce, que a palavra coitadinho! É uma palavra do Coração!

Quando os portugueses reencontrarem a sua Alma, eles vão poder levar ao Mundo, essa palavra-do-Coração, não tenho dúvida!

Pergunta - Como é que os portugueses podem reencontrar a sua alma?

Resposta - Acredito que isso pode acontecer, depois de grandes momentos “cataclísmicos”. Acredito que vem aí uma grande crise.

Pergunta - Quer referir agora?

Resposta - Agora basta saber que Portugal vai passar por uma grande Crise. Essa Crise vai obrigar as pessoas a repensar esta futilidade ilusória em que todos vivem. Vive-se mitificando o futebol como o grande Ideal nacional capaz de unir todos os portugueses!

Esta ilusão de que a Vida se resolve exclusivamente pelo sucesso, dinheiro, poder, pela satisfação dos desejos, pela alienação das Almas…de facto, não resolve.

Pergunta - Como não foi possível abordar no fórum timings para o futuro, pode, de alguma forma, deixar uma nota?

Resposta - Num futuro próximo, os Tempos vão ser bastante negros, num futuro a longo prazo, penso que vai ser, de facto, uma viragem para a Luz, ou seja, a conversão deste País. Há datas a que toda a gente se refere: 2012, por exemplo. De 2012 a 2015, vão ser, para todo o Planeta, quatro longos anos… Mas, para Portugal, as coisas começam a “apertar” a partir de meados de 2007- 2008 vai ser um ano muito “pesado”.

A Astrologia não pode prever acontecimentos, mas apenas qualificar jogos de forças, tensões energéticas… Portugal, vai ser obrigado a uma profunda reformulação de mentalidade.

A forma materialista como as pessoas gerem as suas Vidas: o dinheiro e o poder, esta irresponsabilidade espiritual em que hoje se vive, vai ter de acabar.

Alguma coisa irá abalar as estruturas sociais, e impossibilitar as pessoas de se agarrarem à realidade exterior, ao mundo, lá fora… A partir daí só há uma saída, interrogarem-se: se, para lá da realidade exterior, há mais alguma coisa…

Pergunta - Voltamos à questão de ter de ascender pelas dificuldades?

Resposta - Não há ascensão sem dificuldade. O Plutão sempre obriga a morrer para nascer de novo. O signo de Escorpião, onde se processa esta mutação, esta Alquimia, é o signo da morte e do renascimento.

O Escorpião obriga a morrer. Morrer para os nossos desejos, para os apegos, para todas as formas de dependência emocional, e as ilusões de Poder… Só assim podemos renascer, despertar para uma nova Consciência: a Consciência de que o Poder não nos pertence, não está nas nossas mãos... A Astrologia e as grandes Tradições Sagradas sempre nos ensinam que o Poder é Cósmico, Divino. O Poder está no Céu, numa Ordem maior, na intenção Criativa que nos fez nascer...