terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Leituras

Nunca fui muito de ler…
Acho que me aborrecia, não sei…
Já li mais livros nos últimos 3 – 4 anos, do que nos anos precedentes… Talvez seja uma surpresa para quem me lê, mas penso que é a verdade…

Nunca gostei da disciplina de português… era aí que tirava sempre as piores notas…
Lembro-me de uma vez no liceu quando a professora leu os meus pensamentos e, pediu-me para ler qualquer coisa em voz alta e lhe respondi que não gostava de o fazer…, e penso que mantive a minha vontade até ao fim, escusado é dizer que nesse período tive negativa a português…

Uma coisa está a mudar… hoje gosto muito de ler e, como sabem até gosto de escrever…

Recordo que gostava de ver a minha letra, sou de uma geração que a caligrafia tinha muita importância para os professores, sobretudo na primária, julgo que aqui já relatei as minhas idas ao quadro de ardósia para, com o giz, dar o exemplo perante os restantes colegas de turma de o que era uma caligrafia perfeita…
Nos tempos de troca de correspondência, a maior parte dela no verão, entre amigos e amigas, gostava muito de enviar e receber cartas e postais.

Passaram tão poucos anos e como tudo mudou… hoje em dia comunica-se através de emails, do facebook e sms. Tanta coisa mudou…

Um dia, estava sempre a tentar inovar…, reparei que era com facilidade que conseguia escrever com a mão esquerda da direita para a esquerda, tipo árabe, ou seja, só dava para ler colocando um espelho à frente… Lembro-me das primeiras cartas que escrevi assim, provocando alguma estranheza a quem as recebia e só passado algum tempo é que lá descobriam a forma de as conseguir ler…

O meu lado dominante sempre foi o esquerdo, só para escrever é que utilizo a mão direita e, para fazer a minha assinatura que tinha que ser através de forma rápida, como a minha mão direita está um pouco preguiçosa, a forma que resolvi de contornar a questão, para não ter medo de assinar sempre que era preciso, foi simples… lembrei-me de voltar a uma habilidade que já quase não me lembrava… Hoje em dia não assino nome completo como fazia, faço uma réplica tipo espelho, da direita para a esquerda, de uma rubrica que pouco utilizava, isto para não demorar muito e as pessoas não repararem na forma pouco usual de escrever… e na verdade ainda não houve ninguém que reparasse. A vantagem: penso que ninguém consegue falsificar a minha assinatura, penso que é impossível para alguém que escreva normalmente, da esquerda para a direita.

Mas não era aqui que queria chegar.
Era à questão da leitura e, o pensamento é o seguinte:
Já sabemos que tudo o que acontece tem um momento, uma hora, tudo é mágico (como já li…) e, tenho-me apercebido que até na leitura isso se constata.
Tudo o que se lê, a sequência das leituras, sejam elas livros ou qualquer outra fonte, mas principalmente os livros, os capítulos que se deixam para os dias seguintes, parecem que foram feitos para serem lidos naquela hora, naqueles momentos…
Há dois dias comecei a leitura de um livro de Roberto Leal…, de nome António Joaquim Fernandes, sétimo filho entre dez, filho do Sr. Avelino, não menos importante… tem uma história de vida interessantíssima…
Desde muito novo teve o sonho de cantar e, o nome artístico foi-lhe sugerido por professor de música e aceite por ele, Roberto em homenagem a Roberto Carlos, e Leal simplesmente pela postura muito leal perante a vida e os outros.
Simples, como ele…
Desde muito novo começou a reparar que existiam regras ou ensinamentos a que ele chama simplesmente regras de ouro… passo a citar algumas:

“O único adversário que temos, somos nós mesmos”,
“Saiba com certeza o que deseja, e o Universo conspirará a seu favor”,
“A vida devolve exactamente aquilo que você lhe der”,
“Ouça sempre o seu Eu maior, a sua voz interior”,
“Ouvir sempre o coração”

3 comentários:

Olinda Cristina disse...

Pedro, adorei este teu texto. Dei uma gargalhada com a história das cartas escritas de trás para a frente. Parabéns. E um grande abraço.

Lurdes JC disse...

Pedro!
Que bonito...
Acabei de ler este maravilhoso texto, a forma simples e directa como expõe as suas ideias, as suas leituras e as suas experiências, fez-me deixar aqui este comentário.
Assinatura ao contrário... Que interessante. Lembrei-me dum episódio meu. Quando mais nova, tinha a loucura da escrita, e sempre li muito, como escrevia com a mão direita, lembrei-me um dia de começar a treinar a mão esquerda. Passei dias e dias, a escrever à esquerda. Pensava que se um dia me acontecer alguma coisa à mão direita, escrevo com a esquerda. Ainda hoje o faço. A vida deu uma volta há uns anos atrás, tive um acidente de carro, que me magoou fortemente o braço e mão direita. Nessa altura trabalhava na Embaixada da R.P. da China, e não é que fazia tudo à esquerda... Trabalhei à esquerda... LOL
Outra lembrança que me veio à memória, os postais que se escreviam, as cartas... Era maravilhoso... Hoje trocam-se emails e comentários nos blogs. Outra geração completamente diferente... A caligrafia vai-se esquecendo, para dar lugar a esta letra de imprensa e formata... Coisas da vida...
Mais uma vez obrigada Pedro.
bj gd
Lurdes JC

Pedro Quitério disse...

Obrigado Olinda e Lurdes por estarem aqui.
PQ