Hoje é dia
feliz e infeliz, comemora-se hoje o aniversário da minha mãe, completa 76 anos
e, como é hábito, é dia de almoço em família de pai e mãe com os três filhos.
Há muito
que meus pais não saíam de Lisboa, e estavam desde o meio desta semana numa
casa perto de Peniche.
Meus pais
estavam satisfeitos e felizes, cada um por seus motivos, meu pai por ter
conseguido mais uma vez levar o automóvel até lá, minha mãe por gostar muito da
zona devido a ter passado muitos anos no local, (tal como nós os filhos) e
principalmente por se dar mal com o calor de Lisboa, mas além de todas estas
razões, julgo que a mais importante é, terem motivos para comemorar um dia de
cada vez…, numa altura que falam quase todos os dias da morte.
Enfim tudo boas
razões para nos levar todos no dia de hoje, domingo, à Serra D’ El-Rei…
A meio da
manhã, toca o meu telemóvel, “Pai móvel” aparece no ecrã, meu coração dispara,
antes de atender respiro fundo, minhas memórias voltam…
Oiço a voz
do meu pai com um tom de “bom dia” conhecido…
Diz com a
calma do costume que caiu na banheira e partiu a clavícula, que no momento estava
no hospital de Peniche à espera de ser transferido para o S. Francisco Xavier
para ser submetido a uma cirurgia…, e com ironia diz que talvez seja melhor
ficarmos em Lisboa…
E pede-me a
mim para ligar às minhas irmãs, a avisar do sucedido.
Diz-se
muitas vezes aqui em casa que o meu pai é um sobrevivente, tem passado por
muitas situações que obrigam hospitalização, faz colecção de cirurgias, algumas
depois das quais os médicos não acreditam como é possível recuperar como
recupera… e já coleciona 81 anos.
Qualquer
dia escrevo aqui alguns episódios ocorridos com a família, inclusive eu
próprio, de acontecimentos dignos de constarem no Guiness Book.
Um domingo
de festa comemorado no hospital. Mas a vida é mesmo assim, feita de opostos… um
dia bem e outro mal. Sempre na esperança que logo a seguir à tempestade venha a
bonança.
Há dias
enviaram-me uma fotografia por telemóvel, foi tirada pelo meu tio, irmão da
minha mãe, nem eles sabiam que vinha aqui parar… a minha mãe segura nas mãos um
desenho que eu fiz quando era miúdo… coisas que só quem a conhece sabe...
Ainda que
seja muito difícil para a minha mãe e o meu pai lerem este texto, não têm
internet nem computador, aqui fica:
PARABÉNS
MÃE
Actualização:
São agora 22,13h, acabamos de chegar do hospital de Santana, na Parede, onde acabou por ficar após nova transferência do HSFX, e amanhã a equipa médica vai decidir o melhor para ele. Na última cirurgia que fez, em Janeiro de 2009, o médico comentou que ele não resistiria a nova anestesia, devido aos problemas cardíacos que tem... nem o cirurgião sonhava que estava frente a frente com o super-homem em pessoa...
Temos de confiar e entregar o assunto...
Uma coisa é certa, a vista da varanda do quarto é magnífica, tornando-se tranquilizadora e inspiradora...
São agora 22,13h, acabamos de chegar do hospital de Santana, na Parede, onde acabou por ficar após nova transferência do HSFX, e amanhã a equipa médica vai decidir o melhor para ele. Na última cirurgia que fez, em Janeiro de 2009, o médico comentou que ele não resistiria a nova anestesia, devido aos problemas cardíacos que tem... nem o cirurgião sonhava que estava frente a frente com o super-homem em pessoa...
Temos de confiar e entregar o assunto...
Uma coisa é certa, a vista da varanda do quarto é magnífica, tornando-se tranquilizadora e inspiradora...
3 comentários:
Pedro, antes de mais os meus Parabéns à tua mãe, e as melhoras do teu pai.
Vai correr bem...
Que história incrível, realmente nunca devemos programar nada...
Agora o que interessa é que ele melhore rápido.
Que desenho tão querido!
Que foto tão bonita...
Um bj e rápidas melhoras...
Desta amiga
Lurdes JC
Obrigado Lurdes,
Acabei de ler o texto no blog da Lena e Rui e ver teu video..., agora percebo o teu significado de "realmente nunca devemos programar nada..."
É uma verdade inquestionável... a vida encarrega-se de indicar as ordens e os caminhos, e nós temos que acatar serenamente e não contestar, apesar do sofrimento que nos causa.
Felizmente o meu pai já está em casa desde dia 30, não chegou a ser operado, como todos ambicionávamos, ficou com a ligação ombro/braço imobilizados e agora é dar tempo.
O tempo, esse factor decisivo para muitas coisas na vida...
Beijinho para ti.
PQ
Enviar um comentário