segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Barco de papel

Hoje dormi a noite toda, coisa que acontece poucas vezes durante o ano... mas acordei cansado, com a sensação de ter dormido pouco...

Estou particularmente triste... e se estou, é para estar...

Comecei o dia de bicicleta, estou a tentar fazer as deslocações sempre que posso de bicicleta, e as segundas feiras são propícias.

Tenho pequeno espaço de trabalho na zona da Ajuda, de onde aproveito para fazer caminhadas e visitar habitualmente a zona de Belém que, é espantosamente bonita e inspiradora. E hoje mais uma vez senti que temos uma cidade linda... com o rio Tejo a tocá-la constantemente, e simultaneamente a nós próprios...

Passei o fim de semana em Lisboa e, tanto o sábado como o domingo, passeei-me pela margem do rio, onde a cidade toca o rio, em Belém, claro.

No sábado assisti ao render da guarda junto ao Monumento dos Combatentes do Ultramar, para quem não conhece é uma peça escultórica geométrica muito bem desenhada situada no meio de um espelho de água, como que rompendo a superfície da água e apontando para o Céu, aparecendo o conjunto envolvido pelas paredes do forte de Belém forradas com muitos nomes de antigos combatentes tombados durante a guerra. Foi a primeira vez que assisti e não sei se foi sempre assim, com som ambiente, talvez para turista ver... e não sei porquê, emocionei-me...

No domingo estive mais uma vez em Belém, desta vez para me encontrar com uma pessoa a quem comprei pintura, mais precisamente uma Mandala... linda... pela qual foi amor à primeira vista.
Estabeleci contacto pela net com o autor, marcámos encontro por sms e com pena minha tivemos pouco tempo para conversar, tudo por causa dum polícia de trânsito que estava a proibir o estacionamento naquela zona... Ficou a promessa de qualquer dia tomarmos um café.
Fica aqui a indicação do blog do José J. Duarte:


Voltando ao dia de hoje, depois de almoçar em pequeno restaurante em frente à Igreja da Memória, (onde na passada sexta feira, no mesmo local, estive lado a lado com Rui Reininho e, fiquei a saber que ele faz canções, não sei se letra e música ou apenas uma delas, para o Paulo Gonzo, que curiosamente sábado, ou seja, apenas um dia depois, a Olinda escreve um texto em que fala dele...), fui até junto do rio, sentei-me num dos pontos de amarração da doca junto ao Padrão dos Descobrimentos, fechei os olhos e senti a vida como um barco de papel...

Um barco de papel na água, por muito boa que seja a qualidade do papel, dura necessariamente pouco... assim como as nossas vidas, ainda que por vezes achemos que nunca mais acaba...
Ía na corrente do rio, a caminho do mar, e com medo do desconhecido lançava cordas para amarrar nas margens do rio, era como se socorresse de várias pessoas que seguravam os cabos, essas pessoas eram importantes para o barco mas, faziam com que o barco não tivesse tempo nem resistência para chegar ao mar, para chegar ao seu destino final...

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